Por LUCINEIDE CRUZ
No governo de Getúlio Vargas, por meio da Lei nº 185 de janeiro de 1936, foi instituído no Brasil o salário mínimo, que de acordo com o Art. 7º, inciso IV da Constituição Federal, salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim.
Para cumprir este objetivo descrito, o salário mínimo, de acordo com Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), deveria ser no mês de outubro deste ano R$ 3.978,63 e não de R$ 998,00, o que dá uma diferença de R$ 2.981,63.
Embora diversos fatores levam a esta diferença o problema é que ainda há no Brasil, organizações que conseguem estar no século XXI utilizando a cultura do período da escravidão. Aposentaram o chicote, mas se utilizam do poder da demissão como forma de impor a cultura do medo e manter seus colaboradores no “cabresto”.
Os senhores de engenhos foram os professores dos gestores dessas organizações, e os ensinaram a contratar capatazes como gerentes, tendo capitão-do-mato como “vigias internos”, que estão sempre querendo identificar os abolicionistas para os entregarem, sentindo-se assim úteis por manter a cultura da organização preservada.
Nas disciplinas que cursaram aprenderam a pagar salários baixos, a fingirem que não sabem que seus colaboradores estão fazendo hora-extra, mas descontar do mesmo qualquer atraso; não estimular a educação continuada; não oferecer oportunidade de crescimento profissional; criar um clima de insegurança e intimidação para que todos sigam à risca toda e qualquer norma estabelecida por eles; a não estimular o entrosamento dos seus colaboradores; a não ouvir e analisar as sugestões, bem como as manifestações e solicitações dos mesmos. Afinal de contas isso significaria ir contra os princípios ensinados pelos seus mestres.
Esses gestores, que infelizmente ainda existem vários, esqueceram de acompanhar a evolução do significado de administrar, compreendendo que a filosofia que estão seguindo é o caminho para perder os bons colaboradores. É de vital importância para um empreendimento ter uma equipe comprometida, onde a comunicação seja eficaz para que com isso haja otimização do tempo e diminuição do retrabalho.
Estimular a criatividade de seus colaboradores entendendo que a falha é uma possível conseqüência da busca do êxito e incentivando-os a testarem novos métodos e técnicas que possibilitem a otimização dos recursos utilizados, o que pode gerar uma grande economia para a organização e talvez novas oportunidade de negócios.
Quando uma organização tem colaboradores satisfeitos, isso gera um reflexo positivo no mercado, pois o processo da qualidade passa, necessariamente, pelo desempenho destes. Não há nada mais negativo do que ter uma pessoa que conhece e trabalha na organização falando sobre as falhas da mesma.
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