É só examinar a agenda diária do vice-presidente Hamilton Mourão para se ter uma ideia de como o poder não suporta o vazio.
Os agentes de influência, pressão e lobby da sociedade procuram um ponto de referência para se considerarem recebidos e ouvidos por quem manda e decide. Esse papel é por enquanto preenchido por Mourao.
Hoje, por exemplo a agenda está recheada com personalidades, entidades e grupos representativos que só conversam em nível de presidente da República.
Todas as centrais sindicais estarão com o vice, a começar pela CUT fundada por Lula, numa primeira conversa séria do novo governo com esse segmento banido de seu radar.
Banqueiros, industriais do setor de defesa, líderes religiosos e de associações cívicas estarão com o general.
Mourão dá sua contribuição mantendo sua agenda viva e receptiva. Nota-se por acaso a ausência de políticos, o que de certo modo pode ser considerado um fenômeno positivo.