Por ANDRE R. COSTA OLIVEIRA

“O boteco é ressoante como uma concha marinha. Todas as vozes brasileiras
passam por ele.”
(Nelson Rodrigues)
Poucos lugares são mais democráticos do que o Mercado Central de Belo Horizonte.
Fundado em 1929, conta com lojas de artesanato, queijos, carnes, biscoitos, doces, temperos, frutas, legumes, ervas medicinais, panelas, rações para animais e, obviamente, botecos!!!
E é nos botecos do mercado que os cruzeirenses bebem com os atleticanos, que os esquerdistas bebem com os direitistas, que os ricos e os pobres, em uníssono, confraternizam, todos de pé, nos balcões espremidos. O mercado de Belo Horizonte é encantado... - iscas de fígado bovino;
- duas cebolas cortadas em pedaços médios;
- sal;
- alho em pedaços bem pequenos;
- pimenta do reino verde; e
- jiló em rodelas finas.
Tudo junto na chapa bem quente ao mesmo tempo. O ponto de fritura ideal é quando o fígado está já bem passado, mas sem “esturricar”.
Monte a porção sobre folhas de alface e decore com pimenta biquinho.
Aos que não gostam de fígado e de jiló (“eeeeccaaa, não como fígado....”), prepare o seguinte:
Pedaços de queijo provolone, abacaxi e orégano, tudo junto na chapa, até que se misturem, tão ecléticos e ao mesmo tempo harmônicos, tal qual os ilustres “botequeiros” do mercado, confraria mais do que unida, eita Minas...
Para beber: cerveja “canela de pedreiro” e cachaça envelhecida em umburana.
Ah, um alerta importante: se a sua esposa ou o seu marido estiverem aguardando por você em casa com alguma compra previamente encomenda, já avise logo que chegará “levemente” atrasado. Você foi enfeitiçado...